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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Frei Luís de Sousa - reinvenção (diário)



Junho de 1599

Querido diário!


Maria, minha filha, deixa-me cuidados, anda triste e há pouco me confessou a sua tristeza. Pensa que não tenho cuidados com ela, mas tenho, tenho e muito mais ainda receio.


Não há filha como ela, pequena muito pensativa, nunca para de magicar, coitadinha passa noites a pensar no que a não devia preocupar…mas preocupa.


Deu-me cuidado ouvi-la dizer tamanhos devaneios de dizer que lia nos olhos e nas estrelas também.
Uma menina com um juízo que tem…não quero que fale dessas coisas.


Pedi que me contasse e mostrasse as suas flores, que já estavam murchas pela calma da tarde. Maria quer dormir um sono sem sobressaltos, mas isso não lhe cabe a ela. Se ela imaginar sonha e Deus quer que pensemos sempre n’Ele. Ela é todas as minhas esperanças e de meu querido esposo.



Menina teimosa, bem sei que lê demais e pouco descansa, não se distrai como as outras donzelas da sua idade.


Queria ter seu pai por perto, mas não foi por vontade de deus e tinha que ser assim.
Quem me dera que ele chegasse de Lisboa. Já tarda e isso preocupa-me.



D. Madalena de Vilhena


(Andreia)

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