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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Grandes Livros - Episódio 6: "Sermão de Santo António aos Peixes", Padre António Vieira

Grandes Livros - Episódio 6

Houve um tempo em que Portugal era muito diferente e se estendia pelos vários continentes. Nesse tempo, o Brasil ainda não era Brasil. Esta é a aventura de um homem que atravessou 7 vezes o Atlântico e acabaria por morrer do lado de lá. Ficou conhecido como «pai dos índios».

 
Vê, atentamente, o filme.
  



Regista no caderno:
1. Elementos biográficos sobre A. Vieira
2. Informações sobre a história e geografia de Portugal da época
3. Dados sobre o Sermão aos Peixes



 

Texto argumentativo: o Sermão

Relembra o que aprendemos sobre esta matéria:

Retórica – arte do discurso;teoria e pedagogia próprias para o ensino da oratória; sistema elaborado de formas de pensamento e de linguagem, através do qual o orador visa, em determinada situação, obter a anuência do público, persuadir/convencer

Oratória – género literário que abrande todo o discurso oral dirigido a um auditório para o convencer/persuadir/demover

O Sermão é uma forma de oratória; com muito uso e impacto no século XVII; os pregadores servem-se muitas vezes do púlpito para defenderem as suas ideias políticas e  criticarem os comportamentos individuais ou colectivos



Sermão de Santo António

Objectivos do Sermão: ensinar; agradar; persuadir

(em latim:docere; delectare; movere)

Estrutura frásica/discursiva:

Simetrias/Paralelismos estruturais

Repetições

Gradações

Enumerações

Utilização de conectores frásicos/ articuladores do

discurso:

conjunções e locuções conj. coordenativas adversativas

e disjuntivas; conj. e locuções subordinativas

conclusivas, causais e condicionais

Uso expressivo de frases de tipo interrogativo e

exclamativo

Pontuação (elementos prosódicos)

Padre António Vieira Pregador, Missionário, Diplomata

Breve Biografia



Deixo uma breve síntese útil para apoiar o estudo do Sermão. Depois de veres o filme e retirares inofrmações, deves ler estas notas e registar no caderno diário.

António Vieira chegara ao Maranhão (1653) com plenos poderes para criar aldeias índias sob a direção dos Jesuítas

Cedo teve sérias brigas com os colonos que se opunham aos planos da Companhia de Jesus, considerados desastrosos para a economia da província


Era infatigável na defesa dos direitos dos índios –havia leis que regulavam a escravatura, mas não eram respeitadas

As autoridades encarregadas de fazer cumprir a lei (os governadores e funcionários) não faziam cumprir as leis
 
Alguns factos que retratam bem António Vieira

Aprendeu os idiomas das diferentes tribos índias

Escreveu um catecismo conciso em seis línguas diferentes

Visitava as aldeias, batizava, confessava, pregava e escrevia ao rei e às autoridades em defesa dos indígenas

Do seu ordenado de Pregador Régio tirava dádivas generosas para as missões
 


O contexto e a situação de comunicação
ØO sermão foi pregado em São Luís do Maranhão, a 13 de Junho de 1654
 
ØO Estado do Maranhão, independente do Brasil foi criado em 1621
ØMenos de um milhar de portugueses vivia então nessa região
ØTodos estes portugueses viviam do trabalho dos

índios, em grandes fazendas autossuficientes.
 
 Exportavam para a metrópole sobretudo açúcar e

tabaco, cultivados em grandes plantações.

 
ØA metrópole mandava para troca artigos manufaturados, sobretudo tecidos de

algodão

ØExploravam o índios como trabalhadores “livres” (dependentes das

autoridades reais) ou como escravos (propriedade privada dos colonos e

moradores)a maior parte


ØHavia conflitos sangrentos entre funcionários do rei e moradores, pois ambos

pretendiam possuir o maior número possível de índios

ØPAV discursa enquanto Jesuíta, ligado às missões e dirige-se a estes colonos e

moradores; são eles o seu auditório.

 

António José Saraiva, História e Utopia: Estudos sobre Vieira, Ed. Instituto Camões


 

A escolha do Ruben: Torres Vedras

O Castelo

Fernão Lopes (cronista do século XIV) foi o primeiro escritor português a retratar Torres Vedras: na Crónica de D. João I dedica um pequeno trecho à descrição da vila medieval, em tons elogiosos -

«Este logar de Torres Vedras he hua fortelleza aseemtada em çima dhua fremosa mota, a quall natureza criou em tam hordenada igualldade, como sse a maão fosse feita artefiçialmente;(...) A villa tem sua çerca arredor do monte, e na mayor alteza delle esta o castello; (...) e toda sua poboraçom era em huu gramde arravallde de muitas e boas casas, em bem hordenadas ruas ao pee do monte.»
 

História

"Afonso Henriques em 1148 tomou aos mouros Torres Vedras.  Afonso III concedeu foral em 1250, confirmado e ampliado por D. Manuel I em 1510, reconhecendo-lhe o privilégio de vila que se manteve por 729 anos até chegar a cidade em 1979, sede de um concelho com 20 freguesias, 80.000 habitantes e 410 km2 de área total.

Vila doada a rainhas, sobretudo da dinastia de Avis, acabou por ter uma imperatriz nascida em Torres Vedras a 18 de Setembro de 1434, a infanta D. Leonor, filha de D. Duarte e D. Leonor, casada com Frederico III, imperador da Alemanha.
Dessas construções onde reis, rainhas e amantes se acolheram, mesmo os amplos edifícios onde D. João I decidiu reunir, em 1413, o seu Conselho a fim de legitimar a expedição a Ceuta, que assinala o princípio da expansão marítima de Portugal, ou onde o regente D. Pedro convocou Cortes, em 1411, para deliberar sobre o atribulado casamento de sua filha Isabel com o sobrinho Afonso V, nada resta.

Já no século XIX, a epopeia da resistência ao imperador francês - Napoleão Bonaparte -  é protagonizada pelo general inglês Arthur Wellesley, 1º Duque de Wellington e 1º Marquês de Torres Vedras, com a construção (1810-1812) das célebres Linhas de Torres que acabaram por se estender do Tejo ao mar. Sistema fortificado e complexo, composto por 152 fortes e 628 bocas de fogo, tinha o seu coração no Forte de São Vicente, em Torres Vedras.

Vê a apresentação do Filme Linhas de Welligton (Linhas de Torres) sobre a época das invasões francesas
 
 
Ainda no século XIX, deu-se  a sangrenta Batalha de Torres Vedras, em 1846. O rescaldo foi cerca de 500 feridos e 400 mortos, entre os quais o tenente-coronel Luís Mouzinho de Albuquerque, liberal desembarcado no Mindelo e sepultado aqui na Igreja de S. Pedro.

De guerras e batalhas a vila e o concelho ficaram fartos, optando pela paz e pelo progresso com o caminho-de-ferro em 1886, a luz eléctrica em 1912, a água canalizada em 1926. Cresceu a vila com novos bairros e ruas e tornou-se cidade em 1979. (…)"


Praia de Santa Cruz, a maior e mais concorrida prai do concelho


in Torres Vedras – roteiro turístico, António A. Sales. Texto com supressões.

A escolha da Dana-Lee

Ibiza é uma ilha em pleno mediterrâneo, com uma história que começa, segundo alguns historiadores, no século VIII A.C, como um ponto estratégico de ataque em alturas de guerras.

A cidade de Ibiza foi fundada sob o nome de Ibosim no ano de 654 aC e estima-se que no século V a. C.  já contasse com 4.000 a 5.000 habitantes.

No primeiro século dC, a ilha tornou-se num município do império Romano e era conhecida como Ebusus.
Nos 6 séculos que estavam por vim, os Romanos foram perdendo autonomia de forma progressiva da ilha.
Os Mulçumanos permanecerão na ilha durante um largo período (desde o século VIII ao século XIII), marcando a ilha com importantes elementos culturais. Muitas palavras do dialeto de Ibiza são de origem Mulçumana.

A partir de 1234, Ibiza começa a fazer parte do Reino Catalão.



Na atualidade, e desde o final dos anos e início de 70, a ilha de Ibiza vive sobretudo do turismo mais do que dos seus recursos tradicionais (pesca e agricultura).

É Património Mundial da UNESCO desde 1999.







Informações recolhidas em Geografia e história de Ibiza, in http://ibiza.costasur.com/pt/geografia-historia.html


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Revisões: atos ilocutórios



Acto linguístico que o falante realiza quando, em determinado contexto comunicativo, profere umenunciado, sob certas condições e com certas intenções

Quando comunicamos, interagimos com os outros. Na maior parte das situações comunicativas, há determinados objetivos precisos nos nossos atos de fala/ atos ilocutórios.
Os enunciados (orais ou escritos) podem servir para emitir juízos, expressar emoções, levar os outros a agir, legitimar a realidade ou, até, criar realidade nova.
A linguagem tem, pois, uma função social.




1.

- Atenta nos enunciados seguintes:



i. Comprei bilhete para Paris.


ii. Queres acompanhar-me?


iii. Concordo com a tua opinião.


iv. Não te esqueças de comprar o leite!


v. Asseguro-te que amanhã te envio os resultados.


vi. Que bela manhã de Primavera!


vii. Agradeço-te sinceramente o apoio que me deste.


viii. Eu te baptizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.



2


– Se procurarmos entender a intenção de cada locutor ao usar a linguagem, facilmente chegaremos às

conclusões seguintes:



FRASES / OBJETIVOS DOS ACTOS ILOCUTÓRIOS


Frases i e iii - O locutor informa sobre algo verídico (i)/ acredita na verdade do que afirma (iii)


Frases ii e iv - O locutor quer que o interlocutor realize uma acção: neste caso responda a um


pedido (ii) e cumpra uma ordem (iv)


Frase v - O locutor compromete-se com a realização da acção ( enviar os resultados)


Frases vi e vii - O locutor exprime estados psicológicos através do enunciado proferido:


deslumbramento relativamente à manhã (vi) e agrado/reconhecimento pelo apoio


manifestado (vii)

Frase viii - O locutor torna válida/legitima uma determinada situação (neste caso um baptismo).






DIRETIVOS

Tentar que o interlocutor realize o ato verbal ou não verbal referido no enunciado pelo locutor.
Queres acompanhar-me?
Não te esqueças de comprar o leite!

EXEMPLOS:
Expressão de ordens, conselhos, pedidos, sugestões, avisos, instruções… sobretudo
através de:


verbos como perguntar, permitir,


ordenar, aconselhar, pedir, desafiar,


avisar, exigir, implorar, atrever-se a,


mandar, convidar, ordenar, proibir…


frases dos tipos imperativo e interrogativo


COMPROMISSIVOS

Comprometer o locutor a realizar, no futuro, o ato expresso no enunciado.


Prometo que faço o trabalho a tempo.
Asseguro-te que amanhã te envio os resultados.

Verbos compromissivos: assegurar, jurar, tencionar, apostar, comprometer-se,

afiançar, tencionar, prometer, garantir…;
Expressões com valor ilocutório compromissivo:
“Aqui às 8 horas.”…;
Eu vou lá.”…;

Fórmulas de despedida ( que impliquem - Até logo.”…; até já!)




ASSERTIVOS




Expressar a relação entre o locutor e a verdade do enunciado (o locutor acredita que aquilo que diz é verdade, mas a sua afirmação pode ser submetida ao teste verdadeiro ou falso).




Comprei bilhete para Paris.


Concordo com a tua opinião.
Está a chover.
EX.


Verbos declarativos e de actividade mental:



Afirmar, negar, informar, descrever,


concordar, discordar, responder, aceitar,

achar, acreditar, considerar, entender





EXPRESSIVOS
Exprimir o estado psicológico do locutor em relação a uma situação, a uma realidade


vi
Que bela manhã de Primavera!


vii
Agradeço-te sinceramente o apoio que me deste.
􀁘
Verbos expressivos: agradecer,


lamentar, congratular-se, dar boas-vindas,


pedir desculpa, apresentar condolências,


deplorar, repudiar, felicitar…;


Verbos modalizados por advérbios:


Acho mal/bem…
Expressões exclamativas com adjectivos valorativos, advérbios e verbos afectivos:
“Gosto tanto desta música!”…




Documentos de referência:

DUARTE, Inês, 2000, Língua Portuguesa, Instrumentos de Análise, Lisboa, Universidade Aberta.


MATEUS, Maria Helena Mateus e outros, ( 1989), apresentado em CARDOSO, Ana Maria e outros,

Das palavras aos actos
, Língua Portuguesa, 10º ano, Porto, Areal, 2003.




Módulo VI - Texto argumentativo



Características essenciais do texto argumentativo:

ØO texto é concebido de forma a convencer ou a persuadir.

ØAtese defendida deve ser claramente identificada pelo destinatário.

ØO texto deve usar um registo adequado à situação, ao destinatário e ao tema.

ØO texto argumentativo deve começar por uma introdução, normalmente contida num só parágrafo; segue-se o desenvolvimento, em parágrafos, com os respetivos argumentos e contra-argumentos, seguidos de exemplos; finalmente, uma conclusão, de parágrafo único, que retoma a afirmação inicial provada ou contrariada.

ØOs vários parágrafos devem estar encadeados uns nos outros pelos articuladores do discurso ou conectores lógicos(Ex: tempo passado-presente, causa-efeito-consequência, hipótese-solução, etc.). **
Lê e sublinha o texto de apoio da página 49.
Em síntese:
1. Quando falamos ou escrevemos um texto de opinião, o nosso objetivo é o de convencer;
2. devemos tomar uma posição em relação ao tema (contra ou a favor);
3. temos que justificar a posição assumida, com base em argumentos;
4. devemos antecipar e contestar possíveis argumentos contrários ao nosso
ponto de vista;
5. devemos concluir o texto, reforçando a posição assumida.


**Revê o quadro dos principais conetores (ou articuladores)
À esquerda está indicada a função.
TIPO DE CONEXÃO
FUNÇÃO DA CONEXÃO
CONECTORES (OU ARTICULADORES)
(conjunções e locuções conjuncionais, coordenativas e subordinativas; advérbios; expressões de ligação)
Adição
e,também, igualmente, do mesmo modo, e ainda, e até, além disso, além do mais, não só ...como também, não só ... como ainda, bem como, assim como, por um lado ... por outro, nem...nem, de novo, incluindo...
Oposição / contraste
mas, porém, todavia, contudo, no entanto, doutro modo, ao contrário, pelo contrário, contrariamente, não obstante, por outro lado...
Alternativa
fosse...fosse, ou, ou então, ou ...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja, alternativamente, em alternativa, senão ...
Comparação
como, conforme, também, tanto...quanto, tal como, assim como, tão como, pela mesma razão, do mesmo modo, de forma idêntica, igualmente, ...
Consequência
por tudo isto, de modo que, de tal forma que, de sorte que, daí que, tanto...que, é por isso que...
Causa
pois, pois que, visto que, já que, porque, dado que, uma vez que, por causa de, posto que, em virtude de, devido a, graças a ...
Finalidade / intenção
com o intuito de, para (que), a fim de, com o fim de, com o objetivo de, de forma a ...
Concessão
apesar de, ainda que, embora, mesmo que, por mais que, se bem que, ainda assim, mesmo assim...
Conclusão / síntese / resumo
pois, portanto, por conseguinte, assim, logo, enfim, concluindo, em conclusão, em síntese, consequentemente, em consequência, por outras palavras, ou seja, em resumo, em suma, ou melhor...
Certeza
com certeza, decerto, naturalmente, é evidente que, certamente, sem dúvida que,...
Confirmação
com efeito, efetivamente, na verdade, de facto, sem dúvida, de certo, deste modo, na verdade, ora, aliás, sendo assim, veja-se, assim...
Explicitação / particularização
quer isto dizer, isto (não) significa que, por outras palavras, isto é, por exemplo, ou seja, é o caso de, nomeadamente, em particular, a saber, entre outros, especificamente, ou melhor, assim, ressalte-se, saliente-se, importa salientar, é importante frisar ...
Opinião
na minha opinião, a meu ver, em meu entender, no meu ponto de vista, parece-me que, creio que, penso que, para mim, ...
Dúvida
talvez, provavelmente, é provável que, possivelmente, é possível, porventura...
Hipótese / Condição
se, caso, a menos que, salvo se, exceto se, a não ser que, desde que, supondo que, admitindo que ...
Sequência temporal
em primeiro lugar,num primeiro momento, em segundo lugar, antes de, em seguida, seguidamente, então, durante, ao mesmo tempo, quando, simultaneamente, depois de, após, até que, enquanto, entretanto, logo que, no fim de, por fim, finalmente,
Sequência espacial
à direita, à esquerda, ao centro, adiante, diante, em cima, em baixo, no meio, acima, abaixo, atrás, ao lado, naquele lugar, detrás, por trás (de), próximo de sob, sobre...